Jo 1,45-51
Ao
ver Bartolomeu, que é o mesmo que Natanael, vindo ao seu encontro sob a guia de
Filipe, Jesus, que não enxerga a aparência, mais o coração, logo de início o
elogia, apontando uma virtude que todo ser humano deve ter: “Eis aí um israelita
de verdade, um homem sem falsidade”.
Um
homem sem falsidade é um homem de palavra, de compromisso e responsabilidade.
Um homem sincero, sem cera, com quem podemos lidar no dia-a-dia sem ficar
pisando em casca de ovo, sem ficar deslizando.
A
falsidade não convive com a mentira, fuxico, fofoca e meias palavras. O homem verdadeiro não precisa ficar se escondendo nas suas intenções ou no “disse-me-disse”.
Interessante
que Jesus não diz: “Eis aí um homem sem pecado”. Ele diz: “Eis um homem sem
falsidade”. Porque, infelizmente, todos somos pecadores, e Bartolomeu também o era.
Porém, apesar das suas fraquezas e limitações, Bartolomeu deseja realmente
viver de acordo com a Palavra de Deus e se esforça em praticá-la. Era autêntico
no que se refere a manifestar suas opiniões, no modo como convivia na sociedade
e almejava realmente crescer.
O falso é hipócrita. Tem muita máscara, sorriso alargado
nos dentes e exagerados apertos de mãos. Tece elogios sem sentido, quando não
opta em ser a palmatória do mundo. Porém, ele mesmo, não escuta o que diz ser o
certo, não ama os outros gratuitamente, não se arrepende realmente dos seus
pecados, não dá passos de verdade na perspectiva da perfeição.
Pecador, Jesus
perdoa. Falsidade, ele perdoa também, desde que haja arrependimento de verdade. Pois na pessoa falsa até o arrependimento corre o risco de ser falso. É o que chamamos de remorso.
Até Judas iscariotes foi contemplado pela
misericórdia de Jesus. Embora de tão falso e ganancioso que era - pois falsidade tem
muito a ver com ganância e egoísmo - vivia desconfiado, foi cada vez mais
perdendo a credibilidade junto aos seus. Enrrolando-se nas suas próprias "mesquinhezes", culminou na forca. Infelizmente, este é o destino de todo falso, caso
não se arrependa de verdade: vai se isolando, todos o acolhem e o temem, mais
não lhe dão credibilidade, até que se auto-eliminam em um
processo espiritual e existenmcial de suicídio a longo prazo.
Pe.
Marcos Oliveira