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1 de dez. de 2009

De geração em geração




Devemos cuidar da natureza pensando nos nossos descendentes, pois nossa consciência ética aponta claramente este imperativo ecológico. Fugir disso signigfica brigar com a própria consciência.

Também, de igual forma, temos um dever com as futuras gerações em outros diferentes níveis igualmente importantes:

Consciência familiar: nossa família será muito do que está sendo semeado agora. Quem semeia vento, colhe tempestade. Os filhos tendem muito a repetir o que aprenderam de seus pais, mesmo quando repugnaram. Filhos de pais violentos com suas mães, mesmo quando sofreram bastante com tais atitudes, tendem muito a ser violentos com suas futuras esposas, etc. Repete-se assim o que se repugnou...

Consciência eclesial: Quem semeia pouco, colhe pouco, já dizia o Apóstolo Paulo... Se somos uma Igreja missionária, é claro que haveremos de crescer em todos os sentidos, tanto qualitativamente como quantitativamente. Jesus queria isso em Mt 28,19: Ide e evangelizai todas os povos(aspecto quantitativo), para que sejam meus discípulos(aspecto qualitativo).

Consciência histórica: O modo como vamos estruturando a sociedade terá muitas consequências no decorrer da história, favorecendo ou não o conjunto da população. Estados Unidos foram colônia de povoamento. Isto favoreceu uma forte identidade nacional exteriorizada num formidável patriotismo e possibilitou ampla reforma agrária e política. No geral, os EUA tornaram-se uma grande democracia com grandes índices de desenvolvimento político, econômico e social. O Brasil e outros países foram colônias de exploração. Enraizaram-se amplas estruturas históricas de latifúndios improdutivos, clientelismo político, subserviência aos poderes extrangeiros, complexo cultural de inferioridade e de rejeição, ditaduras militares e muitos embargos para o verdadeiro crescimento sócio-econômico, apesar de o Brasil, no nosso caso, ser muito rico nas suas reservas naturais.

Consciência axiológica: Os valores subjacentes ao senso comum e à consciência individual são muito importantes também. São eles que criam aquela cosmovisão de sentido na qual as pessoas vão caminhar, se relacionar com Deus, com o próximo, com a natureza e consigo mesmas. Neste sentido, devemos mesmo zelar pelos princípios éticos e valores morais. Cultivando-os, promovendo-os e multiplicando-os por exemplos e palavras, pretendendo desta forma direcionar a evolução da humanidade para a verdadeira humanização na força das virtudes, não para a animalização na fraqueza dos vícios. Progresso na força das virtudes, sim. Pregresso na fraqueza dos vícios, não. Sabe-se que os grandes impérios de outrora começaram a ruir quando foram se rebaixando moral e eticamente. Hoje, somos responsáveis pela manutenção dos valores ante correntes que apregoam o aborto, libertinagem sexual, destruição do matrimônio e da família, sustentadas por ondas de secularismo, relativismo, hedonismo e eugenismo. O homem não é produto do meio. Mas que é muito influenciado pelo mesmo, sim. Por isso, uma cultura de valores, um grupos de pessoas boas tem de tudo para influenciar para a verdadeira realização humana e cristã. O contrário também acontece.

De geração em geração, herdamos mas também promovemos o futuro dos outros, em todos os sentidos. Daí não podermos deixar nossa consciência ético-evangélica apagar, mas cultivá-la cada vez mais com oração, meditação e estudos. Para que seja uma consciência cristã esclarecida. Que sejamos protagonistas do bem, nunca apenas receptáculos ingênuos que simplesmente absorvem e passam adiante, como que um iludido que vai iludindo outros.

De geração em geração, sejamos herdeiros e instrumentos da bênção de Deus!

Pe. Marcos Oliveira