A Disciplina Comum do DJC Geral propõe que cada DJC Local realize o seu Reavivamento no Espírito Santo Local nos Siloés durante a Quaresma e a Páscoa.
É uma proposta. Portanto, caso o
Acompanhante Local ache melhor realizá-lo em outro período do ano, não estará
ferindo a nossa Disciplina Comum Geral.
Porém, o conteúdo querigmático
do Reavivamento está muito próximo da liturgia da Palavra e de toda
espiritualidade quaresmal e pascal. Por isso fizemos a proposta acima,
porque é uma maneira de "unir o útil ao agradável".
Reavivamento, quaresma e páscoa têm mil e uma afinidades entre si... Todo Reavivamento é embasado na Ressurreição, na vida nova que Deus concede através do Espírito Santo. Desde a visão profética de Ezequiel e todo Novo Testamento falam desta realidade. A ressurreição, a vida nova começa nesta terra e continua por toda eternidade. O próprio símbolo do Reavivamento (Jesus Ressuscitado) quer transmitir esta idéia desde os inícios.
Concretamente:
Reavivamento, quaresma e páscoa têm mil e uma afinidades entre si... Todo Reavivamento é embasado na Ressurreição, na vida nova que Deus concede através do Espírito Santo. Desde a visão profética de Ezequiel e todo Novo Testamento falam desta realidade. A ressurreição, a vida nova começa nesta terra e continua por toda eternidade. O próprio símbolo do Reavivamento (Jesus Ressuscitado) quer transmitir esta idéia desde os inícios.
Concretamente:
A) Divulgar para os discípulos e o povo que
nos Siloés da quaresma e da páscoa será ministrado todo o Reavivamento no
Espírito Santo. Fazer ao menos uma faixa e alguns cartazes ajudarão bastante a lembrar que vai ser realizado o Reavivamento nos próprios Siloés da quaresma e da páscoa. Veja modelo a seguir:
Reavivamento no Espírito Santo
Venha recomeçar uma vida nova no amor de Deus!
Todas terças-feiras, às 19h, nos Siloés da quaresma e da páscoa.
Local: Rua Santa Maria, 185
Participe você também!
Entrada Franca!
Realização: DJC Antonio Bezerra
Reavivamento no Espírito Santo
Venha recomeçar uma vida nova no amor de Deus!
Todas terças-feiras, às 19h, nos Siloés da quaresma e da páscoa.
Local: Rua Santa Maria, 185
Participe você também!
Entrada Franca!
Realização: DJC Antonio Bezerra
Será uma ótima oportunidade para que
todos discípulos que já fizeram o Reavivamento, participem mais uma vez do mesmo. O
Evangelho é sempre novo, pois se encaixa nas circunstancias que a pessoa está
vivendo!
E os discípulos que nunca
fizeram, terão esta grande oportunidade de fazer toda a experiência do amor de
Deus em Jesus e no Espírito Santo pela primeira vez.
As Fraternidades Cristãs só
podem ser iniciadas com o Reavivamento no Espírito Santo, e logo após são
fechadas para que os discípulos continuem toda etapa do Desenvolvimento
Integral. Desta forma, os Articuladores Locais dos três Discipulados
Específicos, façam inscrições com as fichas padrão do DJC, convidem pessoas da sua especificidade para que participem do Reavivamento Local nos Siloés e logo após o
término do mesmo, criem uma nova Fraternidade Cristã de iniciantes, a qual irá
continuar a sua caminhada normalmente.
Por necessidade, alguns
Discípulos Servidores dos três Apostolados Locais começaram a servir sem terem
feito o Reavivamento integralmente, mas na condição de o fazerem na primeira
oportunidade. Então, o Reavivamento Local é esta grande oportunidade. Os Articuladores Locais dos três Apostolados orientem seus Discípulos Servidores
a esse respeito também, façam a inscrição dos mesmos usando a ficha padrão do
DJC e os encaminhem e os acompanhem em todo Reavivamento Local. Depois, continuam servindo normalmente, mas
sendo acompanhados pelo Articulador como discípulos em processo de crescimento
contínuo dentro do seu próprio Apostolado/Ministério.
Pedir para todos que vão fazer o
Reavivamento, se possível, comprar a camisa do Reavivamento nas Publicações do
Discipulado.
B) O Reavivamento no Espírito
Santo faz parte do nosso Método de Evangelização e Acompanhamento de Discípulos
(MEAD). E algo integrante da nossa Identidade DJC, da nossa vocação e missão.
Portanto, nunca pode ser banalizado. Por isso, os Acompanhantes Locais e os
demais Discípulos que vão servir releiam a Introdução do Temário do
Reavivamento no Espírito Santo (Temário Zero) e observem todas diretrizes
fielmente.
Por ser evento local, o
Siloé e o Reavivamento Local são assumidos pelo Acompanhante Local e pelos três
Apostolados Locais. Mas podem pedir ajuda de outros Discípulos Servidores
previamente convidados e realmente capacitados e entendidos acerca da
especificidade do Reavivamento dentro do DJC.
Se possível, todos Discípulos Servidores possam servir com a camisa oficial do DJC (papo-amarelo), tendo nas costas o nome do seu Apostolado Específico: Da Bênção, das Artes ou da Infraestrutura. Isto ajudará na identificação dos mesmos, bem como em mantê-los numa atitude permanente de prontidão, oração, intercessão e vigilância, como exercito em ordem de batalha. É necessário muito cuidado com esses detalhes, pois as forças do mal fazem de tudo para atrapalhar, destruir e confundir os servos de Deus!
Todos Discípulos Servidores, em oração, juntos ou individualmente, peçam a unção do Espírito Santo para o seu ministério no Reavivamento. No poder do Espírito, ministrar acolhimento, orações, músicas, pregações etc Somente o Espírito de Deus tem o poder de transformar as pessoas!
C) O Roteiro básico deve ser o mesmo do Siloé, com as devidas adaptações ou enfoques das Vivências do Reavivamento no Espírito Santo. Veja o exemplo a seguir:
18:00h
- Devoção Mariana (Terço)
19:00h
- Invitatório (convite ao louvor, Em nome do Pai...)
- Louvor e fraternidade
- Súplica ao Espírito Santo
- Proclamação da Palavra de Deus e Pregação
- Oração de bênção (enfocando a vivência do Reavivamento)
21:00h
- Avisos e despedida
D) As vivências do Reavivamento no Espírito Santo sejam assim distribuídos nos Siloés da quaresma e da páscoa. Considerar o enfoque de cada uma, o rema, para haver continuidade e harmonia:
Se possível, todos Discípulos Servidores possam servir com a camisa oficial do DJC (papo-amarelo), tendo nas costas o nome do seu Apostolado Específico: Da Bênção, das Artes ou da Infraestrutura. Isto ajudará na identificação dos mesmos, bem como em mantê-los numa atitude permanente de prontidão, oração, intercessão e vigilância, como exercito em ordem de batalha. É necessário muito cuidado com esses detalhes, pois as forças do mal fazem de tudo para atrapalhar, destruir e confundir os servos de Deus!
Todos Discípulos Servidores, em oração, juntos ou individualmente, peçam a unção do Espírito Santo para o seu ministério no Reavivamento. No poder do Espírito, ministrar acolhimento, orações, músicas, pregações etc Somente o Espírito de Deus tem o poder de transformar as pessoas!
C) O Roteiro básico deve ser o mesmo do Siloé, com as devidas adaptações ou enfoques das Vivências do Reavivamento no Espírito Santo. Veja o exemplo a seguir:
18:00h
- Devoção Mariana (Terço)
19:00h
- Invitatório (convite ao louvor, Em nome do Pai...)
- Louvor e fraternidade
- Súplica ao Espírito Santo
- Proclamação da Palavra de Deus e Pregação
- Oração de bênção (enfocando a vivência do Reavivamento)
21:00h
- Avisos e despedida
D) As vivências do Reavivamento no Espírito Santo sejam assim distribuídos nos Siloés da quaresma e da páscoa. Considerar o enfoque de cada uma, o rema, para haver continuidade e harmonia:
1 - Siloé da 1ª Semana da
Quaresma
Encontro de oração: “Rumo ao
Novo Pentecostes!”
Orientar e motivar o povo para
desejar uma vida nova através do Reavivamento no Espírito Santo. Nesse dia os
Articuladores estejam de prontidão, acolhendo e fazendo inscrições com as
fichas-padrão do DJC.
2 - Siloé da 2ª Semana da
Quaresma
1ª Vivencia: Deus é Amor.
3 - Siloé da 3ª Semana da Quaresma
2ª Vivencia: O amor de Deus dá a
vida.
4 - Siloé da 4ª Semana da
Quaresma
3ª Vivencia: O amor de Deus
redime.
5 - Siloé da 5ª Semana da
Quaresma
Encontro de Oração: Eis que eu faço obra nova!Is 43,16-21; Sl 125; Fl 3,8-14; Jo 8,1-11
O Senhor nos convida a não ficar presos em fatos passados. Olhar para frente, continuar caminhando rumo a meta, para viver uma vida nova.
6 - Siloé da Semana Santa
Realizar dentro do espírito
litúrgico próprio da Semana Santa. Penitencia, recolhimento, meditação da
Paixão de Cristo.
Meditações de D. Javier Echevarría sobre a Semana Santa
DOMINGO DE RAMOS: JESUS ENTRA EM
JERUSALÉM
Começa a Semana Santa e
recordamos a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém. Escreve São Lucas. «Ao
aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte chamado das Oliveiras,
enviou dois dos seus discípulos dizendo-lhes: "Ide a essa aldeia que está
em frente e, ao entrar, encontrareis um burrico amarrado que nunca ninguém
montou. Soltai-o e trazei-o. Se alguém vos perguntar porque o soltais,
dir-lhe-eis: o Senhor tem necessidade dele". Foram e encontraram tudo como
o Senhor lhes tinha dito».
Que pobre montaria Nosso Senhor
escolhe! Talvez nós, presunçosos, tivéssemos escolhido um imponente cavalo.
Porém, Jesus não se guia por razões meramente humanas, mas por critérios
divinos. «Isto sucedeu – anota São Mateus – para que se cumprissem as palavras
do profeta: "Dizei à filha de Sião: eis que o teu rei vem a ti, manso e
montado sobre um jumento, num burrico, filho de jumenta"».
Jesus Cristo, que é Deus,
contenta-se com um burrico por trono. Nós, que não somos nada, mostramo-nos
muitas vezes vaidosos e soberbos: procuramos sobressair, chamar a atenção;
tratamos de que os outros nos admirem e louvem. São Josemaria Escrivá,
canonizado por João Paulo II há dois anos, ficou cativado com esta cena do
Evangelho.
Dizia de si mesmo que era um
burrico sarnento, que não valia nada; mas como a humildade é a verdade,
reconhecia também que era depositário de muitos dons de Deus; especialmente, da
tarefa de abrir caminhos divinos na terra, mostrando a milhões de homens e
mulheres que podem ser santos no cumprimento do trabalho profissional e dos
deveres ordinários.
Jesus entra em Jerusalém sobre
um burrico. Temos de tirar conseqüências desta cena. Cada cristão pode e deve
converter-se em trono de Cristo. E aqui servem como anel ao dedo umas palavras
de São Josemaria. «Se a condição para que Jesus reinasse na minha alma, na tua
alma, fosse contar previamente com um lugar perfeito dentro de nós, teríamos
motivos para desesperar. Jesus contenta-se com um pobre animal por trono.
(...).Há centenas de animais mais belos, mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo
escolheu esse para se apresentar como rei diante do povo que o aclamava. Porque
Jesus não sabe o que fazer com a astúcia calculista, com a crueldade dos
corações frios, com a formosura vistosa, mas oca. Nosso Senhor ama a alegria de
um coração jovem, o passo simples, a voz sem falsete, os olhos limpos, o ouvido
atento à sua palavra de carinho. É assim que reina na alma.».
Deixemo-lo tomar posse dos
nossos pensamentos, palavras e ações! Afastemos sobretudo o amor-próprio, que é
o maior obstáculo ao reinado de Cristo! Sejamos humildes, sem nos apropriarmos
de méritos que não são nossos. Imaginais o ridículo em que cairia o burrico, se
se tivesse apropriado das aclamações e aplausos que as pessoas dirigiam ao
Mestre?
Comentando esta cena evangélica,
João Paulo II recorda que Jesus não entendeu a sua existência terrena como
procura do poder, como ânsia de êxito e de fazer carreira, ou como vontade de
domínio sobre os outros. Pelo contrário, renunciou aos privilégios da sua igualdade
com Deus, assumiu a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e
obedeceu ao projeto do Pai até à morte na Cruz (Homilia, 8-IV-2001).
O entusiasmo das pessoas não
costuma ser duradouro. Poucos dias depois, os que o tinham aclamado pedirão aos
gritos a sua morte. E nós deixar-nos-emos levar por um entusiasmo passageiro?
Se nestes dias notamos o movimento divino da graça de Deus, que passa por nós,
podemos dar-lhe lugar nas nossas almas. Estendamos no chão, mais que as palmas
ou os ramos de oliveira, os nossos corações. Sejamos humildes. Sejamos
mortificados. Sejamos compreensivos com os outros. Esta é a homenagem que Jesus
espera de nós.
A Semana Santa oferece-nos a
oportunidade de reviver os momentos fundamentais da nossa Redenção. Mas não
esqueçamos que – como escreve São Josemaria –, «para acompanhar Cristo na sua
glória, no fim da Semana Santa, é necessário que penetremos antes no seu
holocausto, e que nos sintamos uma só coisa com Ele, morto sobre o Calvário».
Para isso, nada melhor que caminhar pela mão de Maria. Que Ela nos obtenha a
graça de que estes dias deixem uma marca profunda nas nossas almas. Que sejam,
para cada uma e cada um, ocasião de aprofundar no Amor de Deus, para assim
mostrá-lo aos outros.
* * *
SEGUNDA-FEIRA SANTA: JESUS EM
BETÂNIA
Ontem recordamos a entrada
triunfal de Cristo em Jerusalém. A multidão dos discípulos e outras pessoas
aclamaram-no como Messias e Rei de Israel. No fim do dia, cansado, voltou a
Betânia, aldeia situada muito próximo da capital, onde costumava alojar-se nas
suas visitas a Jerusalém.
Ali, uma família amiga tinha
sempre disponível um lugar para Ele e para os seus. Lázaro, a quem Jesus
ressuscitou dos mortos, é o chefe da família; vivem com ele Marta e Maria, suas
irmãs, que esperam cheias de entusiasmo a chegada do Mestre, contentes por
poder oferecer-lhe os seus serviços.
Nos últimos dias da sua vida na
terra, Jesus passa longas horas em Jerusalém, dedicado a uma pregação
intensíssima. À noite, recupera as forças em casa dos seus amigos. E em Betânia
tem lugar um episódio recolhido pelo Evangelho da Missa de hoje.
Seis dias antes da Páscoa –
relata São João –, foi Jesus a Betânia. Ali lhe ofereceram uma ceia; Marta
servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. Maria tomou então uma
libra de perfume de nardo autêntico, muito caro, ungiu os pés de Jesus com ele
e enxugou-os com os seus cabelos, e a casa encheu-se com a fragrância do
perfume.
Imediatamente salta à vista a
generosidade desta mulher. Deseja manifestar o seu agradecimento ao Mestre, por
ter devolvido a vida ao seu irmão e por tantos outros bens recebidos, e não
repara em gastos. Judas, presente na cena, calcula exatamente o preço do
perfume.
Mas, em vez de louvar a
delicadeza de Maria, entregou-se à crítica: por que não se vendeu este perfume
por trezentos denários para dá-los aos pobres? Na realidade, como faz notar São
João, não lhe importavam os pobres; interessava-lhe ter acesso ao dinheiro da
bolsa e furtar o seu conteúdo.
«Mas Jesus faz uma avaliação
muito diferente», escreve João Paulo II. «sem nada tirar ao dever da caridade
para com os necessitados, aos quais os discípulos sempre se hão-de dedicar– «
Pobres, sempre os tereis convosco » (Jo 12, 8; cf. Mt 26, 11; Mc 14, 7) –, Ele
pensa no momento já próximo da sua morte e sepultura, considerando a unção que
Lhe foi feita como uma antecipação daquelas honras de que continuará a ser
digno o seu corpo mesmo depois da morte, porque indissoluvelmente ligado ao
mistério da sua pessoa.» (Ecclesia de Eucharistia, 47).
Para ser verdadeira virtude, a
caridade deve estar ordenada. E o primeiro lugar é de Deus: amarás ao Senhor
teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua mente.
Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é como este: amarás o teu
próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas. Por isso, equivocam-se os que – com a desculpa de
aliviar as necessidades materiais dos homens – se desentendem das necessidades
da Igreja e dos ministros sagrados. Escreve São Josemaria Escrivá: «aquela
mulher que, em casa de Simão o leproso, em Betânia, unge com rico perfume a
cabeça do Mestre, recorda-nos o dever de sermos magnânimos no culto de Deus.
– Todo o luxo, majestade e
beleza me parecem pouco.
– E contra os que atacam a
riqueza dos vasos sagrados, paramentos e retábulos, ouve-se o louvor de Jesus:
"Opus enim bonum operata est in me" - uma boa obra fez para comigo.–
uma boa obra foi feita comigo».
Quantas pessoas se comportam
como Judas! Vêem o bem que fazem outros, mas não querem reconhecê-lo:
empenham-se em descobrir intenções torcidas, tendem a criticar, a murmurar, a
fazer juízos temerários. Reduzem a caridade ao puramente material – dar umas
moedas ao necessitado, talvez para tranqüilizar a sua consciência – e esquecem
que – como escreve também São Josemaria Escrivá – «a caridade cristã não se
limita a socorrer o necessitado de bens econômicos; leva-nos, antes de mais
nada, a respeitar e a defender cada indivíduo enquanto tal, na sua intrínseca
dignidade de homem e de filho do Criador».
A Virgem Maria entregou-se
completamente ao Senhor e esteve sempre preocupada com os homens. Hoje
pedimos-lhe que interceda por nós, para que, nas nossas vidas, o amor a Deus e
o amor ao próximo se unam numa só coisa, como as duas faces de uma mesma moeda.
* * *
TERÇA-FEIRA SANTA: COMO É A
NOSSA FÉ?
O Evangelho da Missa termina com
o anúncio de que os Apóstolos deixariam Cristo só durante a Paixão. A Simão
Pedro que, cheio de presunção, afirmava: eu darei a minha vida por ti, o Senhor
respondeu: tu darás a tua vida por mim? Eu te asseguro que não cantará o galo,
antes de me teres negado três vezes.
Em poucos dias cumpriu-se a
predição. Todavia, poucas horas antes, o Mestre tinha-lhes dado uma lição
clara, preparando-os para os momentos de escuridão que se avizinhavam.
Ocorreu no dia seguinte ao da
entrada triunfal em Jerusalém. Jesus e os Apóstolos tinham saído muito cedo de
Betânia e, com a pressa, talvez não tivessem comido nada. O caso é que, como
relata São Marcos, o Senhor sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com
folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela,
não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca
mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto.
Ao entardecer regressaram à
aldeia. Devia ser já tarde avançada e não repararam na figueira amaldiçoada.
Mas no dia seguinte, terça-feira, ao voltar de novo a Jerusalém, todos
contemplaram aquela árvore, antes frondosa, que mostrava os ramos nus e secos.
Pedro fê-lo notar a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!»
Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a
este monte: 'Sai daí e lança-te ao mar', e não vacilar em seu coração, mas
acreditar que o que diz vai se realizar, assim acontecerá.»
Durante a sua vida pública, para
realizar milagres, Jesus pedia uma só coisa: fé. Aos cegos que lhe suplicavam a
cura, tinha-lhes perguntado: credes que posso fazer isso? – Sim, Senhor,
responderam-lhe. Então tocou-lhes os olhos dizendo: que se faça em vós conforme
a vossa fé. E abriram-se-lhes os olhos. E contam os Evangelhos que, em muitos
lugares, não realizou prodígios, porque às pessoas lhes faltava fé.
Também nós temos de nos
interrogar: como é a nossa fé? Confiamos plenamente na palavra de Deus? Pedimos
na oração o que necessitamos, seguros de consegui-lo se é para nosso bem?
Insistimos nas súplicas, o que seja preciso, sem desfalecer?
São Josemaria comentava esta
cena do Evangelho. «Jesus – escreve – aproxima-se de ti e aproxima-se de mim.
Jesus tem fome e sede de almas. Do alto da cruz clamou: sitio!, tenho sede.
Sede de nós, do nosso amor, das nossas almas e de todas as almas que lhe
devemos levar pelo caminho da Cruz, que é o caminho da imortalidade e da glória
do Céu.».
Aproximou-se da figueira, não
achando senão folhas (Mt 21, 19). É lamentável isto. É assim na nossa vida?
Será que, tristemente, falta fé, vibração de humildade, será que não aparecem
sacrifícios nem obras?
Os discípulos maravilharam-se
com o milagre, mas de nada lhes serviu: poucos dias depois negariam o seu
Mestre. A fé deve informar a vida inteira. «Jesus Cristo estabelece esta
condição», prossegue São Josemaria: «que vivamos da fé, porque depois seremos
capazes de remover montanhas. E há tantas coisas para remover... no mundo e,
antes de mais nada, no nosso coração. Tantos obstáculos à graça! Tenhamos,
pois, fé. Fé com obras, fé com sacrifício, fé com humildade».
Maria, com a sua fé, tornou
possível a obra da Redenção. João Paulo II afirma que no centro deste mistério,
no mais vivo desta admiração de fé está Maria, Santa Mãe do Redentor
(Redemptoris Mater, 51). Ela acompanha constantemente todos os homens pelos
caminhos que conduzem à vida eterna. A Igreja, escreve o Papa, contempla Maria
profundamente inserida na história da humanidade, na eterna vocação do homem
segundo o desígnio providencial que Deus predispôs eternamente para ele; vê-a
maternalmente presente e participante nos múltiplos e complexos problemas que
acompanham hoje a vida dos indivíduos, das famílias e das nações; vê-a
socorrendo o povo cristão na luta incessante entre o bem e o mal, para que
"não caia" ou, se caiu, para que "se erga". (Redemptoris
Mater, 52).
Maria, Mãe nossa: alcança-nos
com a tua intercessão poderosa uma fé sincera, uma esperança segura, um amor
ardente.
* * *
QUARTA-FEIRA SANTA: JUDAS
ATRAIÇOA JESUS
Na Quarta-Feira Santa recordamos
a triste história daquele que foi Apóstolo de Cristo: Judas. Assim conta São
Mateus no seu evangelho: Um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os
sumos sacerdotes e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles
garantiram-lhe trinta moedas de prata. E, a partir de então, Judas procurava
uma oportunidade para entregar Jesus.
Por que a Igreja recorda este
acontecimento? Para que nos convençamos de que todos podemos comportar-nos como
Judas. Para que peçamos ao Senhor que, da nossa parte, não haja traições, nem
distanciamentos, nem abandonos. Não somente pelas consequências negativas que
isso poderia trazer às nossas vidas pessoais, o que já seria muito; mas porque
poderíamos arrastar outros, que necessitam da ajuda do nosso bom exemplo, do
nosso ânimo, da nossa amizade.
Em alguns lugares da América, as
imagens de Cristo crucificado mostram uma chaga profunda na face esquerda do
Senhor. E contam que essa chaga representa o beijo de Judas. Tão grande é a dor
que os nossos pecados causam a Jesus! Digamos-lhe que desejamos ser-lhe fiéis:
que não queremos vendê-lo – como Judas – por trinta moedas, por uma ninharia,
pois isso são todos os pecados: a soberba, a inveja, a impureza, o ódio, o
ressentimento... Quando uma tentação ameaça atirar-nos para o chão, pensemos
que não vale a pena trocar a felicidade dos filhos de Deus, que é o que somos,
por um prazer que logo acaba e deixa o gosto amargo da derrota e da
infidelidade.
Temos de sentir o peso da Igreja
e de toda a humanidade. Não é admirável saber que qualquer um de nós pode ter
influência no mundo inteiro? No lugar onde estamos, realizando bem o nosso
trabalho, cuidando da família, servindo os amigos, podemos ajudar a felicidade
de tantas pessoas. Como escreve São Josemaria Escrivá, com o cumprimento dos
nossos deveres cristãos, temos de ser como a pedra caída no lago. – Produz, com
o teu exemplo e com a tua palavra um primeiro círculo... e este, outro... e
outro, e outro... Até chegar aos lugares mais remotos.
Vamos pedir ao Senhor que não o
atraiçoemos mais; que saibamos afastar, com a sua graça, as tentações que o
demônio nos apresenta, enganando-nos. Temos de dizer que não, decididamente, a
tudo o que nos afaste de Deus. Assim não se repetirá na nossa vida a desgraçada
história de Judas.
E se nos sentirmos débeis,
corramos ao Santo Sacramento da Penitência! Ali o Senhor nos espera, como o pai
da parábola do filho pródigo, para nos dar um abraço e oferecer-nos a sua
amizade. Continuamente sai ao nosso encontro, ainda que tenhamos caído baixo,
muito baixo. Sempre é tempo de voltar a Deus! Não reajamos com desânimo, nem
com pessimismo. Não pensemos: que vou fazer, se sou um cúmulo de misérias?
Maior é a misericórdia de Deus! Que vou fazer, se caio uma e outra vez pela
minha debilidade? Maior é o poder de Deus, para nos levantar das nossas quedas!
Grandes foram os pecados de
Judas e de Pedro. Os dois atraiçoaram o Mestre: um entregando-o nas mãos dos
perseguidores, outro negando-o por três vezes. E, no entanto, que diferente
reação teve cada um! Para os dois o Senhor guardava torrentes de misericórdia.
Pedro arrependeu-se, chorou o
seu pecado, pediu perdão, e foi confirmado por Cristo na fé e no amor; com o
tempo, chegaria a dar a sua vida por Nosso Senhor. Judas, pelo contrário, não
confiou na misericórdia de Cristo. Até o último momento teve abertas as portas
do perdão de Deus, mas não quis entrar por elas através da penitência.
Na sua primeira encíclica, João
Paulo II fala do direito de Cristo a encontrar-se com cada um de nós naquele
momento chave da vida da alma, que é o momento da conversão e do perdão
(Redemptor hominis, 20). Não privemos Jesus desse direito! Não tiremos a Deus
Pai a alegria de nos dar o abraço de boas-vindas! Não contristemos o Espírito
Santo, que deseja devolver às almas a vida sobrenatural!
Peçamos a Santa Maria, Esperança
dos cristãos, que não permita o desânimo perante os nossos equívocos e pecados,
talvez repetidos. Que nos alcance do seu Filho a graça da conversão, o desejo
eficaz de recorrer – humildes e contritos – à Confissão, sacramento da
misericórdia divina, começando e recomeçando sempre que seja preciso.
* * *
QUINTA-FEIRA SANTA: INSTITUIÇÃO
DA EUCARISTIA
A liturgia de Quinta-Feira Santa
é riquíssima de conteúdo. É o grande dia da instituição da Sagrada Eucaristia,
dom do Céu para os homens; o dia da instituição do sacerdócio, nova prenda
divina que assegura a presença real e atual do Sacrifício do Calvário em todos
os tempos e lugares, tornando possível que nos apropriemos dos seus frutos.
Aproximava-se o momento em que
Jesus ia oferecer a sua vida pelos homens. Tão grande era o seu amor, que na
sua Sabedoria infinita encontrou o modo de ir e de ficar, ao mesmo tempo. São
Josemaria, ao considerar o comportamento dos que se vêem obrigados a deixar a
sua família e a sua casa, para procurar emprego em outro lugar, comenta que o
amor humano costuma recorrer aos símbolos. As pessoas que se despedem trocam
lembranças entre si, talvez uma fotografia… Jesus Cristo, perfeito Deus e
perfeito Homem, não deixa um símbolo, mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora
vá para o Pai, permanece entre os homens. Sob as espécies do pão e do vinho
está Ele, realmente presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua
Divindade.
Como responderemos a esse amor
imenso? Assistindo com fé e devoção à Santa Missa, memorial vivo e atual do
Sacrifício do Calvário. Preparando-nos muito bem para comungar, com a alma bem
limpa. Visitando Jesus com freqüência, escondido no Sacrário.
A primeira leitura da Missa,
recorda o que Deus estabeleceu no Antigo Testamento, para que o povo israelita
não se esquecesse dos benefícios recebidos. Desce a muitos detalhes: desde como
devia ser o cordeiro pascoal, até aos pormenores que tinham de cuidar para
recordar a passagem do Senhor. Se isso se prescrevia para comemorar alguns
acontecimentos históricos, que eram só uma imagem da libertação do pecado
realizada por Jesus Cristo, como deveríamos comportar-nos agora, quando
verdadeiramente fomos resgatados da escravidão do pecado e feitos filhos de
Deus!
Esta é a razão por que a Igreja
nos inculca um grande esmero em tudo o que se refere à Eucaristia. Assistimos
ao Santo Sacrifício todos os domingos e festas de guarda, sabendo que estamos
participando numa ação divina?
São João relata que Jesus lavou
os pés dos discípulos, antes da Última Ceia. Temos de estar limpos, na alma e
no corpo, e aproximarmos para recebê-lo com dignidade. Para isso nos deixou o
Sacramento da Penitência.
Comemoramos também a instituição
do sacerdócio. É um bom momento para rezar pelo Papa, pelos Bispos, pelos
sacerdotes, e para rogar que haja muitas vocações no mundo inteiro. Pediremos
melhor na medida em que tenhamos mais diálogo com esse Jesus, que instituiu a
Eucaristia e o Sacerdócio. Vamos dizer, com total sinceridade, o que repetia
São Josemaria: Senhor, põe no meu coração o amor com que queres que eu te ame.
Na cena de hoje Nossa Senhora
não aparece fisicamente, ainda que estivesse em Jerusalém naqueles dias:
encontrá-la-emos amanhã ao pé da Cruz. Mas já hoje, com a sua presença discreta
e silenciosa, acompanha muito de perto o seu Filho, em profunda união de oração,
de sacrifício e de entrega. João Paulo II assinala que, depois da Ascensão do
Senhor ao Céu, participaria assiduamente nas celebrações eucarísticas dos
primeiros cristãos. E acrescenta o Papa: aquele corpo, entregue em sacrifício e
presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu
ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo
no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d'Ela (Ecclesia de
Eucharistia, 56).
Também agora Nossa Senhora
acompanha Cristo em todos os sacrários da terra. Peçamos-lhe que nos ensine a
ser almas de Eucaristia, homens e mulheres de fé segura e de piedade forte, que
se esforçam por não deixar Jesus só. Que saibamos adorá-lo, pedir-lhe perdão,
agradecer os seus benefícios, fazer-lhe companhia.
* * *
SEXTA-FEIRA SANTA: CRISTO NA
CRUZ
Hoje queremos acompanhar Cristo
na Cruz. Recordo umas palavras de São Josemaria, numa Sexta-Feira Santa.
Convidava-nos a reviver pessoalmente as horas da Paixão: desde a agonia de
Jesus no Horto das Oliveiras até à flagelação, a coroação de espinhos e a morte
na Cruz. Dizia: atada a omnipotência de Deus por mão de homem levam o meu Jesus
de um lado para outro, entre os insultos e os empurrões da multidão.
Cada um de nós pode se ver no
meio daquela multidão, porque foram os nossos pecados a causa da imensa dor que
se abate sobre a alma e o corpo do Senhor. Sim: cada um de nós leva Cristo,
convertido em objeto de troça, de uma a outra parte. Somos nós que, com os
nossos pecados, reclamamos aos gritos a sua morte. E Ele, perfeito Deus e
perfeito Homem, deixa-nos agir. Tinha-o predito o profeta Isaías: maltratado,
não abriu a sua boca; como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante
os tosquiadores.
É justo que sintamos a
responsabilidade dos nossos pecados. É lógico que estejamos muito agradecidos a
Jesus. É natural que procuremos a reparação, porque às nossas manifestações de
desamor, Ele responde sempre com um amor total. Neste tempo da Semana Santa,
vemos o Senhor mais próximo, mais semelhante aos seus irmãos os homens...
Meditemos umas palavras de João Paulo II: Quem crê em Jesus crucificado e
ressuscitado leva a Cruz como um triunfo, como prova evidente de que Deus é
amor... Mas a fé em Cristo nunca se pode dar por pressuposta. O mistério
pascal, que reviveremos nos dias da Semana Santa, é sempre atual. (Homilia,
24-III-2002).
Peçamos a Jesus, nesta Semana
Santa, que desperte na nossa alma a consciência de ser homens e mulheres
verdadeiramente cristãos, para que vivamos de cara a Deus e, com Deus, voltados
a todas as pessoas.
Não deixemos que o Senhor leve a
Cruz sozinho. Acolhamos com alegria os pequenos sacrifícios diários.
Aproveitemos a capacidade de
amar, que Deus nos concedeu, para concretizar propósitos, mas sem ficarmos num
mero sentimentalismo. Digamos sinceramente: Senhor, nunca mais! Nunca mais!
Peçamos com fé para que nós e todas as pessoas da terra descubramos a
necessidade de ter ódio ao pecado mortal e de repelir o pecado venial
deliberado, que tantos sofrimentos causaram ao nosso Deus.
Que grande é o poder da Cruz!
Quando Cristo é objeto de riso e de escárnio para todo o mundo; quando está no
Madeiro sem querer arrancar os cravos; quando ninguém daria nem um centavo pela
sua vida, o bom ladrão – um como nós – descobre o amor de Cristo agonizante, e
pede perdão. Hoje estarás comigo no Paraíso. Que força tem o sofrimento, quando
se aceita junto de Nosso Senhor! É capaz de tirar – das situações mais
dolorosas – momentos de glória e de vida. Esse homem que se dirige a Cristo
agonizante, encontra a remissão dos seus pecados, a felicidade para sempre.
Nós temos de fazer o mesmo. Se
perdermos o medo da Cruz, se nos unirmos a Cristo na Cruz, receberemos a sua
graça, a sua força, a sua eficácia. E encher-nos-emos de paz.
Ao pé da Cruz descobrimos Maria,
Virgem fiel. Peçamos-lhe, nesta Sexta-Feira Santa, que nos empreste o seu amor
e a sua força, para que também nós saibamos acompanhar Jesus. Dirigimo-nos a
Ela com umas palavras de São Josemaria, que ajudaram milhões de pessoas. Diz:
Minha Mãe (tua, porque és seu por muitos títulos), que o teu amor me ate à Cruz
do teu Filho; que não me falte a Fé, nem a valentia, nem a audácia, para
cumprir a vontade do nosso Jesus.
* * *
SÁBADO SANTO: SILÊNCIO E
CONVERSÃO
Hoje é um dia de silêncio na
Igreja: Cristo jaz no sepulcro e a Igreja medita, admirada, o que fez este
Senhor nosso por nós. Guarda silêncio para aprender do Mestre, ao contemplar o
seu corpo destroçado.
Cada um de nós pode e deve
unir-se ao silêncio da Igreja. E ao considerar que somos responsáveis por essa
morte, esforçar-nos-emos para que as nossas paixões, as nossas rebeldias, tudo
o que nos afaste de Deus, guardem silêncio. Mas sem estarmos meramente
passivos: é uma graça que Deus nos concede quando a pedimos diante do Corpo
morto do seu Filho, quando nos empenhamos por tirar da nossa vida tudo o que
nos afasta d’Ele.
O Sábado Santo não é um dia
triste. O Senhor venceu o demônio e o pecado, e dentro de poucas horas vencerá
também a morte com a sua gloriosa Ressurreição. Reconciliou-nos com o Pai
celestial: já somos Filhos de Deus! É necessário fazer propósitos de
agradecimento, que tenhamos a segurança de superar todos os obstáculos, sejam
de que tipo for, se nos mantivermos bem unidos a Jesus pela oração e pelos
sacramentos.
O mundo tem fome de Deus, ainda
que muitas vezes não o saiba. As pessoas estão desejando que se lhes fale desta
realidade gozosa – o encontro com o Senhor –, e para isso viemos nós os cristãos.
Tenhamos a valentia daqueles dois homens – Nicodemos e José de Arimateia –, que
durante a vida de Jesus Cristo mostravam respeitos humanos, mas que, no momento
definitivo, se atrevem a pedir a Pilatos o corpo morto de Jesus, para lhe dar
sepultura. Ou a daquelas mulheres santas que, sendo Cristo já um cadáver,
compram aromas e acodem para embalsamá-lo, sem ter medo dos soldados que
guardam o sepulcro.
À hora da debandada geral,
quando todo o mundo se sentiu com direito de insultar, rir e mofar-se de Jesus,
eles vão dizer: dá-nos esse Corpo, que nos pertence. Com que cuidado o
desceriam da Cruz e iriam olhando as suas Chagas! Peçamos perdão e digamos, com
palavras de São Josemaria: eu subirei com eles ao pé da Cruz, apertar-me-ei ao
Corpo frio, cadáver de Cristo, com o fogo do meu amor..., despregá-Lo-ei com os
meus desagravos e mortificações..., envolvê-Lo-ei com o lençol novo da minha
vida limpa e enterrá-Lo-ei no meu peito de rocha viva, onde ninguém mo poderá
arrancar; e, aí, Senhor, descansai!
Compreende-se que pusessem o
corpo morto do Filho nos braços da Mãe, antes de dar-lhe sepultura. Maria era a
única criatura capaz de lhe dizer que entende perfeitamente o seu Amor pelos
homens, pois Ela não foi causadora dessas dores. A Virgem Puríssima fala por
nós; mas fala para nos fazer reagir, para que experimentemos a sua dor, feita
uma só coisa com a dor de Cristo.
Tiremos propósitos de conversão
e de apostolado, de identificar-nos mais com Cristo, de estar totalmente
centrados nas almas. Peçamos ao Senhor que nos transmita a eficácia salvadora
da sua Paixão e da sua Morte. Consideremos o panorama que se nos apresenta por
diante. As pessoas que nos rodeiam esperam que nós os cristãos lhes descubramos
as maravilhas do encontro com Deus. É necessário que esta Semana Santa – e
depois todos os dias – seja para nós um salto de qualidade, um dizer ao Senhor
que se meta totalmente nas nossas vidas. É preciso comunicar a muitas pessoas a
Vida nova que Jesus Cristo nos conseguiu com a Redenção.
Recorramos a Santa Maria: Virgem
da Solidão, Mãe de Deus e Mãe nossa, ajuda-nos a compreender – como escreve São
Josemaria – que é preciso fazer vida nossa a vida e a morte de Cristo. Morrer
pela mortificação e pela penitência, para que Cristo viva em nós pelo Amor. E seguir
então os passos de Cristo, com ânsia de corredimir todas as almas. Dar a vida
pelos outros. Só assim se vive a vida de Jesus Cristo e nos fazemos uma só
coisa com Ele.
* * *
DOMINGO DE PÁSCOA: JESUS VENCEU
Transcorrido o sábado, Maria
Madalena, Maria a Mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ir embalsamar
Jesus. Muito de madrugada, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol,
dirigiram-se ao sepulcro. Assim começa São Marcos a narração do sucedido
naquela madrugada de há dois mil anos, na primeira Páscoa cristã.
Jesus tinha sido sepultado. Aos
olhos dos homens, a sua vida e a sua mensagem tinham terminado com o mais
profundo dos fracassos. Os seus discípulos, confusos e atemorizados, tinham-se
dispersado. As próprias mulheres que acodem para realizar um gesto piedoso,
perguntam-se umas às outras: quem nos tirará a pedra da entrada do sepulcro?
"No entanto, faz notar São Josemaria, seguem adiante... Tu e eu, como
andamos de vacilações? Temos esta decisão santa, ou temos de confessar que sentimos
vergonha ao contemplar a decisão, a intrepidez, a audácia destas
mulheres?".
Cumprir a Vontade de Deus, ser
fiéis à lei de Cristo, viver coerentemente a nossa fé, pode parecer às vezes
muito difícil. Apresentam-se obstáculos que parecem insuperáveis. No entanto,
não é assim. Deus vence sempre.
A epopéia de Jesus de Nazaré não
termina com a sua morte ignominiosa na Cruz. A última palavra é a da
Ressurreição gloriosa. E os cristãos, no Batismo, somos mortos e ressuscitados
com Cristo: mortos para o pecado e vivos para Deus. «Oh Cristo – dizemos com o
Santo Padre João Paulo II –, como não te dar graças pelo dom inefável que nos
ofereces nesta noite! O mistério da tua Morte e da tua Ressurreição infunde-se
na água batismal que acolhe o homem velho e carnal, e o faz puro, com a mesma
juventude divina» (Homilia, 15-IV-2001).
Hoje a Igreja, cheia de alegria,
exclama: este é o dia que o Senhor fez: regozijemo-nos e alegremo-nos com ele!
Grito de júbilo que se prolongará durante cinqüenta dias, ao longo do tempo
pascal, como um eco das palavras de São Paulo: posto que vós ressuscitastes com
Cristo, procurai os bens do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus.
Ponham todo o coração nos bens do céu, não nos da terra; porque morrestes e a
vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
É lógico pensar – e assim o
considera a Tradição da Igreja – que Jesus Cristo, uma vez ressuscitado,
apareceu em primeiro lugar à sua Santíssima Mãe. O fato de que não apareça nos
relatos evangélicos, com as outras mulheres, é – como assinala João Paulo II –
um indício de que Nossa Senhora já havia se encontrado com Jesus.
«Esta dedução ficaria confirmada
também – acrescenta o Papa – pelo fato de que as primeiras testemunhas da
ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, as quais permaneceram
fiéis ao pé a Cruz e, portanto, mais firmes na fé» (Audiência, 21-V-1997). Só
Maria tinha conservado plenamente a fé, durante as horas amargas da Paixão; por
isso é natural que o Senhor tivesse aparecido a Ela em primeiro lugar.
Temos de permanecer sempre junto
à Nossa Senhora, mas mais ainda no tempo de Páscoa, e aprender d’Ela. Com que
ânsias tinha esperado a Ressurreição! Sabia que Jesus tinha vindo salvar o
mundo e que, portanto, devia padecer e morrer; mas também conhecia que não
podia ficar sujeito à morte, porque Ele é a Vida.
Uma boa forma de viver a Páscoa
consiste em esforçar-nos por fazer os outros participantes da vida de Cristo,
cumprindo com primor o mandamento novo da caridade, que o Senhor nos deu na
véspera da sua Paixão: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns pelos outros. Cristo ressuscitado repete agora a cada um de nós.
Diz-nos: amem-se de verdade uns aos outros, esforcem-se todos os dias por
servir os outros, estejam atentos aos detalhes mais pequenos, para fazer a vida
agradável aos que convivem convosco.
Mas voltemos ao encontro de
Jesus com a sua Santíssima Mãe. Que contente estaria Nossa Senhora, ao
contemplar aquela Humanidade Santíssima – carne da sua carne e vida da sua vida
– plenamente glorificada! Peçamos-lhe que nos ensine a sacrificar-nos pelos
outros sem o fazer notar, sem esperar sequer que nos agradeçam: que tenhamos
fome de passar inadvertidos, para assim possuirmos a vida de Deus e comunicá-la
a outros. Hoje dirigimos-lhe a oração do Regina Caeli, saudação própria do
tempo pascal. Rainha do Céu alegrai-vos, aleluia / Porque aquele que merecestes
trazer em vosso seio, aleluia / Ressuscitou como disse, aleluia. / Rogai por
nós a Deus, aleluia. / Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia / Porque
o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia.
7 - Siloé da 1ª Semana da Páscoa
(Oitava da Páscoa)
Confraternização Pascal dos Discípulos de Jesus: Aleluia!Enfocar a vitória de Cristo sobre a morte e a sua presença no meio de nós. Jesus Ressuscitou! Ele está no meio de nós! Aleluia! Enfocar a espiritualidade pascal que sempre deve estar presente na vida cristã e em toda caminhada discipular: Deus está com a gente, Ele nos faz vencer a morte, sair da terra da escravidão, vencer o sepulcro, viver uma vida nova.
Pedir com antecedência que as pessoas levem alimentos para partilhar. Fazer uma grande festa cristã com muita paz, amor e alegria em torno de Jesus Ressuscitado. Arrumar o ambiente com decoração pascal.
Este Siloé de hoje deve ser adaptado, mas sem tirar o clima de oração e fraternidade. No final, motivar para que todos continuem participando dos outros Siloés, pois o Reavivamento no Espírito Santo vai continuar até a semana de Pentecostes.
8 - Siloé da 2ª Semana da Páscoa
Encontro de Oração: Divina Misericórdia
Na Oração de Bênção, clamar a misericórdia de Deus pelos doentes, incrédulos, familiares, prisioneiros...
9 - Siloé da 3ª Semana da Páscoa
Na oração de bênção, invocar o pastoreio de Jesus na nossa vida. Entregar-se a sua Divina Providência. Suplicar as suas bênçãos espirituais ou materiais, pois Ele é o nosso Bom Pastor e nada nos faltará.
10 - Siloé da 4ª Semana da Páscoa
10 - Siloé da 4ª Semana da Páscoa
4ª Vivencia: O amor de Deus liberta
5ª Vivencia: O amor de Deus cura
12 - Siloé da 6ª Semana da Páscoa
Encontro de Oração: Salvação em Jesus e Vida no Espírito Santo (título adaptado)
“Eu
vos mandarei o Prometido de meu Pai, entretanto permanecei na cidade, até que
sejais revestidos da força do alto” (Lc 24, 49), (cf. Atos 1, 4-8; Joel 3,
1-5).
Os
textos proféticos diretamente referentes ao envio do Espírito Santo são
oráculos em que Deus fala ao coração de seu Povo na linguagem da promessa, com
as tônicas do “amor e da fidelidade”, cujo cumprimento S. Pedro proclamará na
manhã de Pentecostes. Segundo essas promessas, nos “últimos tempos” o Espírito
do Senhor renovará o coração dos homens, gravando neles uma Lei Nova; reunirá e
reconciliará os povos dispersos e divididos; transformará a criação primeira; e
Deus habitará nela com os homens na paz (CIC 715).
Desfigurado
pelo pecado e pela morte, o homem continua sendo “à imagem de Deus”, à imagem
do Filho, mas é “privado da Glória de Deus”, privado da “semelhança”. A
promessa feita a Abraão inaugura a Economia da Salvação, no fim da qual o
próprio Filho assumirá “a imagem” e a restaurará na “semelhança” com o Pai,
restituindo-lhe a Glória, o Espírito “que dá a vida” (CIC 705).
Contra
toda esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé
e do poder do Espírito Santo. Nela serão abençoadas todas as nações da terra.
Esta descendência será Cristo, no qual a efusão do Espírito Santo fará “a
unidade dos filhos de Deus dispersos”. Ao comprometer-se por juramento, Deus já
se compromete a dar seu Filho bem-amado e “o Espírito da Promessa”... que
prepara a redenção do Povo que Deus adquiriu para si (CIC 706).
Pela
fé recebemos e somos selados pelo Espírito Prometido (cf. Gl 3, 14; Ef 1, 13).
É
somente quando chega à Hora em que vai ser Glorificado que Jesus Promete a
vinda do Espírito Santo, pois sua Morte e Ressurreição serão o cumprimento da
Promessa feita aos Apóstolos: o Espírito de Verdade, o Paráclito, será dado
pelo Pai a pedido de Jesus; Ele será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus o
enviará de junto do Pai, pois Ele procede do Pai. O Espírito Santo virá, nós o
conheceremos, Ele estará conosco para sempre, Ele permanecerá conosco; Ele nos
ensinará tudo e nos lembrará de tudo o que Jesus nos disse, e Dele dará
testemunho; conduzir-nos-á à verdade inteira e glorificará a Cristo. Quanto ao
mundo, confundi-lo-á em matéria de pecado, de justiça e de julgamento (CIC
729).
A
Graça de Deus nos impulsiona a viver o Evangelho
Necessita-se
ter Jesus como Senhor e que aceitar Jesus como Senhor da nossa vida é viver a
vida segundo o Evangelho. Porém freqüentemente temos a tendência de nos
acostumarmos com certos tipos de comportamentos que vão se tornando hábito para
nós. Quando Jesus entra em nossa vida Ele “desarruma a nossa casa” de muitas
formas. Lutamos muito para mudar certos hábitos que temos, mas parece que
quanto mais tentamos mais difícil fica de superar certas dificuldades. Nessas
horas acontece que muitas pessoas querem desistir de caminhar com Jesus, porque
não têm forças para cumprir com toda a mentalidade do Evangelho.
Jesus
conhece nosso coração e sabe de que somos feitos. Ele sabe que somos fracos,
pecadores e sabe também que somente com nossas forças jamais conseguiríamos
viver nem sequer uma linha do Evangelho. A conversão de nossas vidas não vem na
frente da Salvação operada por Cristo em nós. A conversão é fruto da Salvação.
A ordem nova trazida por Cristo é pecado - salvação - conversão. Em primeiro
lugar está o “dom” de Deus, está à obra de Deus e depois a resposta do homem,
não vice-versa. Não são os homens que de repente mudaram de vida, de
mentalidade de hábitos, começando a fazer o bem, mas é Deus quem agiu na vida
do homem através da sua salvação, dada de forma gratuita e, a partir daí o
homem pode realizar as boas obras que Deus tem preparado para ele.
Diante
das exigências do Evangelho nos sentimos muitas vezes desanimados porque elas
parecem muito maiores do que nós, no entanto a Boa Nova do Evangelho é
vivenciada por Graça de Deus, pelo Dom de Deus e não pelas nossas forças
somente. Tudo o que Deus nos pede para viver Ele nos deus antes a graça de
viver, por isto o Evangelho não é algo impossível de ser vivido não é um peso
colocado sobre os ombros dos homens, mas Deus nos dá a graça de viver suas
exigências, a vida elevada que Ele tem preparado para nós. Por isto todas as
situações de nossas vidas podem ser mudadas, por mais difíceis que elas sejam,
podemos vencer os pecados mais graves das nossas vidas porque todas estas
coisas não são vencidas somente por nossas próprias forças, mas juntamente com
a graça de Deus.
O
que é preciso fazer da nossa parte é acolher a Boa Nova de Deus como uma
criança e acolher a Boa Nova como uma criança é acolhê-la como uma graça, como
um dom, não como algo conquistado apenas pelas nossas próprias forças. As
crianças reconhecem que tudo o que elas precisam não podem conseguir sozinhas,
então elas pedem aos pais as coisas de que precisam, porque sabem que são
amadas por eles, sabem que são seus filhos, que são herdeiras de tudo. Desta
forma a idéia de recompensa, de mérito, de mortificação, de renúncia, de
vivência das virtudes é colocada no seu devido lugar porque todas estas coisas
são vividas não para conquistarem a Salvação, pelo contrário, são vividas por
causa da Salvação de Jesus. Nós podemos fazer as boas obras do Evangelho porque
fomos salvos e não para alcançarmos a Salvação.
Esse
novo modo de viver é-nos dado por graça, é “como as moedinhas que um pai põe,
ás escondidas, no bolso do filho, a fim de que possa comprar-lhe um presentinho
na festa do papai” (Frei Raniero Cantalamessa). Portanto, a conquista do
Evangelho pelo homem, a sua libertação espiritual, não depende do seu esforço,
não provém dos seus próprios meios e forças, mas do “poder de Deus”, da graça
de Deus.
A
Salvação não pode ser conquistada “para além da fé”, “para além de Cristo”. Nós
não podemos traçar uma via de Salvação para nos libertarmos das nossas dores,
dos nossos pecados, dos nossos problemas. Jesus não só nos deu o exemplo, mas
deu-nos, além do exemplo.
“O
Evangelho cristão é o ‘Evangelho da Graça’ (At 14, 3). Ai de nós se nos
esquecermos! No cristianismo, a primeira coisa não é o dever, mas o dom. ‘Amar
a Deus de todo o coração’ é o primeiro mandamento; sim, mas não é a primeira
coisa, porque antes do primeiro mandamento está o dom: ‘Nós o amamos porque Ele
nos amou primeiro” (I Jo 4, 19) (Frei Raniero Cantalamessa). O Amor nos é
mandado porque antes nos é dado (Carta Encíclica Deus Caritas Est). As boas
obras são importantes, mas elas são frutos da ação da graça de Deus em nossas
vidas: “Não nos salvamos pelas boas obras, mas da mesma maneira não nos
salvamos sem as boas obras” (Concílio de Trento).
Jesus
promete o Espírito Santo
Durante
o Seu ministério público, Jesus promete aos discípulos o dom do Espírito Santo
para os tempos que sucederão depois Dele, promete-o como dom permanente à
Igreja para que, após a sua morte, ela não fique na orfandade (Jo 15, 18-21).
Um
pouco antes de Sua morte Jesus disse aos seus discípulos umas palavras
misteriosas: “No entanto, eu vos digo a verdade: é de vosso interesse que eu
parta, pois, se eu não for o Paráclito não virá a vós. Mas se eu for,
enviá-lo-ei a vós” (Jo 16, 7).
Quando
ressuscitou, Jesus apareceu aos seus discípulos falando-lhes de coisas
referentes ao Reino de Deus, deu-lhes a ordem de não se afastarem de Jerusalém,
mas esperarem o cumprimento da Promessa do Pai, da qual tanto lhes havia falado
durante seu ministério (cf. Lc 24, 49; Atos 1, 5; 1, 8).
Quando
Jesus falava da vinda do Espírito Santo chamava-a “A Promessa do Pai”.
Tratava-se, portanto, de um compromisso de Deus com os homens através de Jesus,
que veio trazer uma vida nova, mas ela não poderia ser vivida sem o Espírito
Santo e sem um Coração Novo. Portanto era necessário que Deus cumprisse a
Promessa feita através dos profetas Ezequiel e Jeremias (Ez 11, 19-20; Jr 31,
33). O coração do homem só pode ser mudado por Deus. É preciso, pois, a
renovação interior do homem pelo Espírito de Deus que o transformará.
O
Espírito prometido nos dará Vida Nova
O
Espírito é prometido como dom pessoal, não como uma força que capacita alguém
para uma missão especifica, como ocorreu no Velho Testamento. Ele é prometido
para ficar conosco permanentemente e não ocasionalmente como já havia
acontecido.
A
novidade do Evangelho não é Jesus dando uma nova lei, mas dando-nos Seu
Espírito para que Ele, Jesus, possa viver em nós. Dá-nos Seu Espírito para não
só para que O conheçamos, mas para que possamos viver Sua vida, tendo um
procedimento, não segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 8, 15; Gl 5, 6).
A
obra da Salvação não consiste somente em sermos perdoados de nossos pecados,
mas na transformação de nosso coração pecador em um coração como o de Jesus.
Para quem vive no Espírito, a única lei é a lei da fé que dá a vida.
O
Espírito vem transformar o coração do homem. Assim, aquele que atua animado
pelo Espírito o faz em virtude da própria exigência do amor que habita nele e
não pela força de uma imposição exterior.
A
ação do Espírito no homem o faz modificar todos os seus apetites, critérios e
valores. Já não segue os desejos da carne. O homem espiritual habituado pelo
Espírito, transformado pelo Espírito, deseja, quer e faz as obras do Espírito.
Vivendo segundo o Espírito não seremos escravos das obras da carne (cf. Gl 5,
17-18).
Pentecoste:
o cumprimento da promessa
Passados
alguns dias de Sua ressurreição, Jesus cheio do Espírito Santo, cumpriu sua
promessa: enviou do céu a torrente do Espírito sobre seus discípulos que
estavam em oração com sua mãe Maria (Atos 2, 1-4).
Jesus
sempre cumpre o que promete. Passará o céu e a terra, mas Jesus não deixará
jamais de cumprir uma de Suas palavras. Como havia prometido, tantas vezes aos
seus discípulos, enviou do céu o Espírito Santo.
Se
o batismo na água marcou o principio da missão evangelizadora de Cristo, a
inauguração da era messiânica, propriamente dita (da manifestação do “Filho de
Deus” aos “filhos de Deus”). O batismo no Espírito Santo, em Pentecostes,
marcou a instauração do reino de Deus sobre a terra, pelo seu Espírito. É o
estabelecimento de uma nova vida espiritual, vida da graça, principio e penhor,
já neste mundo, da vida da glória, na eternidade. Era chegada a hora da
adoração que o Pai quer, a verdadeira adoração, “em espírito e em verdade” (Jo
4, 23).
É
a consumação e a coroação do grande mistério da Páscoa, a sua plenitude, no
dizer de Santo Agostinho (Sermão 43). Assim, Pentecostes não é somente a festa
do Espírito Santo, mas de Cristo, fechando um capítulo da Historia da Salvação,
e abrindo outro, pelo Seu Espírito. Podemos dizer também que é a grande “festa
de aniversario da Igreja”, o natal do Espírito Santo.
A
passagem de Cristo sobre a terra tinha que ser transitória. No entanto, ele
soube ficar “até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20) pelos seus dois
magníficos dons: a presença Eucarística e a presença do Seu Espírito.
Jesus
que não se aventurou em Sua missão apostólica sem a unção especial do Espírito
no batismo, não quis que os seus discípulos iniciassem os seus trabalhos sem
essa unção. Vimos o cuidado de Jesus em mandar que permanecessem em Jerusalém
até serem “revestidos da força do alto” (cf. Lc 24, 49). “Vós sereis batizados
com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (Atos 1, 5).
Pentecostes
não foi apenas um acontecimento da Igreja nascente. Pentecostes continua e é
ainda hoje: “[...] e rogarei ao Pai e Ele vos dará um outro Paráclito para que
convosco permaneça para sempre” (Jo 14, 16). Fundada a Igreja de Cristo,
espalhou-se por toda a terra, governada pelo Espírito Santo, juntamente com o
Pai e o Filho.
Pentecostes
continua incessantemente pela ação interior do Espírito. Permanecem a graça e a
virtude de um Pentecostes perene, embora o Pentecostes histórico tenha passado.
A ação universal do Espírito não deixa por isso de ser sempre fecunda. Quando
celebrando a festa de Pentecostes, não recordamos um mistério passado, um
acontecimento longínquo, mas a presença continuada do Espírito Santo na sua
Igreja, como celebra a liturgia do dia: “... por meio de Cristo Senhor que
havia prometido” (Prefácio da Missa de Pentecostes). Está em nossas mãos o
pedir e o receber.
A
Experiência do Espírito Santo para hoje
Encontramos-nos
na mesma situação dos Apóstolos (Atos 1, 4-5), isto é, “reunidos em Jerusalém”,
em oração, esperando o cumprimento da promessa do Pai, que ouvimos da boca de
Jesus, “porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo”.
A
mesma graça que inundou a vida dos Apóstolos é oferecida a nós hoje. Deus
deseja realizar infinitos pentecostes nas nossas vidas. A experiência de
Pentecostes não se limitou a um acontecimento de quase dois mil anos atrás,
Deus deseja que o pentecostes, o derramamento do Espírito Santo, aconteça na
vida de todos os cristãos hoje. É importante salientar que o pentecostes não é
uma experiência reservada para os Apóstolos, para os santos, para os místicos,
mas para todos os homens.
Os
habitantes de Jerusalém ao verem a experiência dos Apóstolos e ouvirem a
pregação de Pedro, sentiram os seus corações arderem de desejo de viverem a
mesma experiência e por isso lhes perguntaram: Podemos também nós, termos a
mesma experiência com a Força do Alto? Que devemos fazer para viver como vocês
vivem? E Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo. Pois a Promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos
os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (Atos 2, 38-39).
A
Promessa, o Espírito Santo é para todos e cada um de nós. A Promessa do Pai, o
Espírito Santo, o Outro Paráclito, aquele que testemunha Jesus em nós.
Jesus
nos falou desta promessa de varias maneiras, mas de forma especial comparou-a a
água viva que seria dada a todos aqueles que cressem, produzindo uma vida nova;
“Se
alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, de
seu seio jorrarão rios de Água Viva. Ele falava do Espírito que deviam receber
os que Nele cressem; pois não havia ainda Espírito, porque Jesus não fora ainda
glorificado” (Jo 7, 37-39).
Qual
a condição para receber o Espírito Santo?
A
única condição é ter sede, é ter desejo Dele. Querer beber da Água Viva. Só
quem tem sede pede a Jesus que derrame sobre si o rio de Água Viva. Aquele que
tem sede é aquele que reconhece que tem necessidade do Espírito Santo da mesma
forma que necessita do oxigênio para viver. Todo aquele que tem necessidade do
Espírito cria um vazio dentro de si para ser preenchido por Ele.
“Todo
homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus!” (Dostoievski).
É
aquele que se aproxima do Espírito de mãos vazias, reconhecendo seu nada, a sua
fraqueza. O Espírito é atraído por todos que são necessitados e pecadores.
CONCLUSÃO
“Eu
lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu
corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne, a fim de
que observem as minhas leis, guardem e pratiquem os meus mandamentos, sejam o
Meu povo e Eu o seu Deus (Ez 11, 19-20).
O
Senhor fala através do profeta que vai fazer uma conversão no nosso coração,
trocando o nosso coração de pedra por um coração de carne para que guardemos as
suas leis e os seus mandamentos e assim Ele será o nosso Deus e nós seremos o
Seu povo.
Com
isso concluímos que é impossível observarmos os mandamentos de Deus, guardar as
Suas leis e praticá-las, se não tiver este coração novo e este Espírito Novo
que o Pai nos promete por meio de Seu Filho Jesus.
O
coração do homem, contaminado pelo pecado, mas salvo por Jesus, anseia viver
uma vida agradável a Deus, mas isto é impossível se o Espírito Santo não
intervier para fazer a renovação interior deste coração. Só o Espírito Santo
poderá renová-lo e transformá-lo.
Deus
oferece a água do Espírito Santo a cada um de nós hoje. Como nós somos
batizados e já temos em nós o Espírito de Deus, Ele faz a nós o convite de nos
deixarmos mudar pelo Espírito, a deixar que o Espírito opere em nós com Seus
dons de santificação.
A
profundidade do derramamento do Espírito Santo em nós depende de nossa
abertura, de nossa capacidade de receber. Se a nossa abertura é do tamanho de
um pequeno vaso, o Espírito Santo encherá a medida de um pequeno vaso. Se a
nossa abertura é do tamanho de um grande dique, o Espírito Santo encherá a
medida de um grande dique. Deus nos encherá do Espírito Santo na mesma medida
que necessitamos.
Jesus
deseja nos dar uma nova “efusão de Seu Espírito Santo” para transformar as
nossas vidas, conhecida como “batismo no Espírito Santo”, que não é nenhum novo
sacramento, e nem a mesma coisa do sacramento do batismo, onde o rito é
ministrado pelo sacerdote. Mas se trata de uma experiência de um encontro
pessoal com Jesus Cristo vivo que age poderosamente e que muda a nossa vida
radicalmente. Esta experiência não depende de sentimentos, Jesus age
independente de sentirmos ou não sua ação.
(Anonimo)
Vivencia
(Dicas)
-
Agradecer toda obra de salvação realizada por Jesus na história da humanidade e
na nossa vida pessoal. Não nos convertemos para ser salvos, antes fomos salvos por
Jesus para nos convertemos, para vivermos uma vida nova na Graça de Deus.
-
Deus nos amou por primeiro. Não fomos nós que o escolhemos, Ele quem nos
escolheu por primeiro... A Graça de Deus nos resgatou e nos converteu. Agora
queremos cooperar com a Graça e viver uma vida nova no Espírito Santo.
-
Desejemos o Espírito de Deus, o Espírito da Graça... Que ele jorre dentro do
nosso ser como rios de água viva por toda eternidade.
-
Bem-aventurados os que são pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus...
Peçamos ao Espírito Santo que venha saciar a nossa sede e preencher todo o
nosso ser. Precisamos dele para sermos novas criaturas e tudo o mais que seja
necessário para a nossa vida e missão.
-
Jesus conclui a nossa páscoa, a nossa passagem para uma vida nova pelo
derramamento do seu Espírito. Peçamos a Jesus Ressuscitado que realize esta páscoa
pentecostal na nossa vida, pois acolhemos a graça da salvação que Ele nos
mereceu por sua paixão, morte e ressurreição. Desejemos e desde já, supliquemos
a Jesus o Batismo no Espírito para renascermos para uma vida nova.
Cantico:
Aviso final: Durante a semana, todos fiquem suplicando a Jesus o seu Pentecostes, o Batismos no Espírito Santo!
13 - Siloé da 7ª Semana da
Páscoa
6ª Vivencia: O amor de Deus
unge.Neste dia ministrar o batismo no Espírito Santo, a efusão do Espírito Santo.
14 - Siloé da Primeira Semana
após o Domingo de Pentecostes
7ª Vivencia: Seguimento de
Jesus.
15 - Siloé da Segunda Semana
após o Domingo de Pentecostes
8ª Vivencia: Discipulado de
Jesus Cristo.Hoje é a conclusão do Reavivamento no Espírito Santo (integrado com a quaresma e a páscoa). Tendo por base as fichas de inscrição, encaminhar os Discípulos reavivados para as novas Fraternidades Cristãs de Jovens (de crianças, de adolescentes), de Adultos e de Casais. As mesmas serão fechadas logo de início, a fim de que os Discípulos iniciem a etapa do Desenvolvimento Integral, segundo estipula o MEAD do DJC. Os Discípulos Servidores Reavivados continuam a caminhar normalmente nos seus respectivos Ministérios/Apostolados.
Observação: esclarecer aos discípulos que quem caminha numa Fraternidade Cristã ou Ministério se coloca sob o pastoreio do DJC. Portanto, os coordenadores são verdadeiros pastores que irão zelar pela vida das ovelhas. Por parte das ovelhas, espera-se desejo de continuar crescendo com Jesus, na amizade do Espírito e docilidade para com as orientações do DJC via acompanhamento e pastoreio dos coordenadores das Fraternidades e Ministérios.
Os Discípulos que caminham em Ministérios, por natureza, são Discípulos Servidores. Portanto, devem estar mais atento ainda as responsabilidades que lhe são próprias!
O nosso Método de Evangelização e Acompanhamento de Discípulos (MEAD) deve ser obedecido fielmente. Portanto, os coordenadores de Fraternidades e Ministérios não esqueçam de ler com muita atenção a introduão do Temário da Irmanação (T1).
Pe. Marcos Oliveira
Acompanhante Geral
Na medida do possível, no decorrer da quaresma e da páscoa voltaremos a
atualizar esta postagem com indicações de textos bíblicos e sugestões de orações.